Amor Sombrio
CAPITULO 51

UM MÊS DEPOIS....

O olhar de Philipe vagou pela sua casa, ainda incrédulo sobre tudo o que acontecera no ultimo mês. A família real havia sido tirada do poder pela população, enquanto o seu país monárquico transformou-se em uma democracia. Tudo aconteceu tão rápido que nem ao menos conseguiu tempo para pensar como se sentiria a parir de tudo. Philipe jamais desejou ser o herdeiro do trono como sua mãe desejava, pois seu objetivo era ter uma vida tranquila onde pudesse divertir-se sem se preocupar com as preocupações sobre politicas ou escândalos.

Mesmo que mantivesse sua calma habitual ainda pensava em Lis sempre que fechava os olhos, imaginando como seria sua expressão de dor, caso ela aceitasse permanecer ao seu lado e experimentar o seu sadismo. Um largo sorriso deturpado surgiu em seu rosto antes de desaparecer rapidamente assim que avistou Augusto entrar na cozinha com o semblante cansado.

Desde que seu pai e sua mãe foram presos, Augusto deixou o país optando por viver com Philipe, pois tinha certeza que Michael não iria ajuda-lo.

- Já pensou sobre o que irá fazer? - Philipe indagou a Augusto assim que ele abriu a geladeira. Por mais que Augusto fosse o seu irmão não conseguia sentir empatia com alguém que passara a vida aproveitando-se dos privilégios em ser um príncipe.

- Ainda não - Negou-se ao olhar para Philipe com raiva. Augusto não era tolo para acreditar que tudo acontecera de forma espontânea. A reação da população tinha sido rápida demais para ser um ato ao acaso. Ele tinha certeza que um de seus irmãos estava por trás de tudo. A alternativa mais provável era Philipe, pois Augusto sempre soube da preferencia de sua mãe. Gloria sempre amou Philipe ao ponto de seu amor tornar-se uma cega obsessão em que tudo deveria ser entregue a ele. Nunca conseguiu entender o motivo, mas sabia que Philipe não apreciava esse amor exagerado dela.

Augusto acreditava que Michael não se importaria em perder o seu tempo para tramar um plano sórdido como aquele para destruir sua própria família ainda mais depois de ser enviado para a guerra. Alguém que sofrera tanto nunca poderia pensar em vingança por temer a retaliação, pelo menos era assim que Augusto imaginava. Suspirou fortemente antes de olhar para soslaio para Philipe imaginando o que poderia fazer de sua vida em seguida. Ele passara toda a sua vida acreditando que iria ser o próximo rei, sem preocupações superfluas em relação a dinheiro ou a onde morar, contudo tudo foi destruído rapidamente.

Augusto não tinha nada além de seus irmãos.

- Michael deve estar sofrendo da mesma forma que eu - Murmurou ligeiramente contente por ter alguém com quem partilhar seu sofrimento.

***

Lis sorriu largamente ao ver Kate se despedir de Sebastian na entrada da universidade sem ainda conseguir acreditar que sua amiga conquistara Sebastian.

- Como conseguiu? - Lis se viu indagando, curiosa ao encarar Kate com atenção. Sebastian foi a primeira pessoa com quem ela se sentiu segura para confessar muitos dos seus pensamentos e temores, e por tanto desejava a sua felicidade.

- Precisei subornar o seu marido. Foi realmente assustador - Kate sorriu como se não tivesse sentido medo algum, o que na verdade foi o que aconteceu. Ela somente precisou pensar em Sebastian para tomar coragem. Fui sincera com ele, o ataquei e fui ainda mais sincera.

A forma nada convencional fez Lis sorrir ainda mais antes de assentir. Caminharam juntas para a sala de uma das disciplinas antes de serem paradas por Augusto. O primeiro príncipe mantinha uma expressão apática ao olhar para Lis, a sua futura cunhada.

- Você parece muito bem - O tom repleto de sarcasmo fez Lis estreitar o olhar ao encará-lo. Mesmo Michael tendo prometido não buscar qualquer informação sobre o que aconteceu com sua família, Lis acreditava ser de extrema importância descobrir, e por isso leu todas as noticias que existiam. Não foi uma surpresa encontrar-se com Augusto. Ela já tinha imaginado que ele iria procurar seus irmãos, afinal ele era o único que sempre viveu com os recursos fornecidos pelo palácio.

- Sim, estamos muito bem. — Lis sorriu sutilmente antes de dar de ombros. O que deseja? Sei que não veio até aqui para conversar.

- Está correta. - Não se envergonhou ao manter o seu olhar firme a encarando. Mesmo sem dinheiro, Augusto ainda tinha um ar nobre. - Tentei ligar para Michael, mas ele não me atendeu. Quero saber onde posso encontra-lo.

- Imaginei que deseja pedir ajuda.

Augusto manteve uma expressão indiferente, mantendo-se em silencio.

- Você foi o único que não impediu que sua família enviasse Michael para aquele inferno. Você ignorou seu próprio irmão. Não o ajudou e agora vem atrás dele? Informarei a Michael que deseja falar com ele, mas não espere nenhuma ajuda. -Augusto sentiu frieza e ódio em suas palavras.

- Para uma pessoa normal como você, deve ser normal ir contra os desejos de sua família, mas não é o mesmo para mim. Fui criado para obedecer e a ser o próximo rei. Nunca tive outras obrigações. O primeiro príncipe quis deixar claro para Lis que tudo o que ele fizera foi visando o seu titulo como rei e sua obrigação de tornar-se um exemplo. Quis que ela soubesse que não foi sua culpa Michael ser enviado para a guerra e nem sua culpa tudo o que ele sofreu. Augusto desejou que ela acreditasse nele e ao mesmo tempo queria acreditar em si mesmo.

Queria acreditar que não foi sua

culpa a aproximação de Susana de Michael - Mesmo que ela tivesse

feito isso no inicio após seu pedido

pedido

e nem foi sua culpa o fato de seu irmão ter se apaixonado por ela. Em seu intimo, Augusto culpava Susana por tudo o que tinha acontecido a Michael, pois ela em nenhum momento revelou que se aproximou dele a pedido dele e nem que seu amor por Michael pudesse ser uma mentira, já que eles se encontravam as vezes mesmo após ela estar namorando com Michael. Conteúdo

atualizado primeiro

- Há pessoas que crescem para serem assassinas ou serem bandidos, mas nem por isso se transformam em algo assim. Cada pessoa tem a opção de decidir sobre sua vida, mas você não fez isso. Não adianta jogar à culpa para outra pessoa além de você. Ela respirou fundo ao olhar par Kate de soslaio. - Precisamos ir para a aula, mas não se preocupe, falarei com Michael.

Com um movimento rápido, Lis segurou na mão de Kate e seguiram para a sala ignorando Augusto, o qual permaneceu pensativo pelas suas escolhas pela primeira vez.

***

Pedro olhou para Michael contente pelo seu amigo estar melhorando de seu transtorno pós traumático. Quando retornaram do exército, Michael passou muitos meses sofrendo após ter sido resgatado. Ele não dormia e quando adormecia sempre tinha pesadelos recorrentes da época em que era torturado.

Mas desde que Lis o abandonou, Michael mudou. Ele começou a fazer terapia, o que antes era completamente contra e que nunca sequer pensou em fazer. Pedro se preocupou quando soube do noivado de Michael, mas assim que conheceu Lis acreditou que seria uma oportunidade para seu amigo voltar a ser a mesma pessoa de antes. Uma pessoa que confiava nos outros, que acreditava nas pessoas e que conseguia amar.

Pedro desejava que Michael seguisse em frente.

- Como estão as coisas com Lis? - Pedro indagou ao ver Michael trabalhando em um novo contrato com extrema atenção na sala de reuniões. Apenas os dois encontravam-se no local. Aquela era uma rotina que começaram quando Michael iniciou a terapia. Sempre que encontravam um novo cliente, discutiam naquela sala sobre os prós e contras e ao final escreviam o contrato.

- Bem-Respondeu ao conter um sorriso. E acredito que logo pode ser tio. - A revelação abrupta de Michael fez Pedro o olhar com extremo assombro. - Ainda precisamos confirmar, mas é provável que ela esteja gravida.

— Imaginei que quisessem esperar ela terminar a faculdade — Um ligeiro tom de advertência surgiu. — Pelo menos foi isso que tinha comentando comigo.

- Sim, mas aconteceu e não vejo

problemas. Quero que ela esteja ao meu lado a minha vida toda. Foi por ela que eu decidi me cuidar e por ela estou seguindo a minha vida. Pode não ser a razão mais correta, mas Lis fez com que eu desejasse me cuidar. Não poderia continuar sendo a mesma pessoa que a machucava. - Pedro assentiu concordando antes de perguntar sobre seus irmãos e se eles tinham entrado em contato com ele. - Augusto ligou, mas não atendi. Foi por culpa dele que Susana se matou, de certa forma. Ele não pretendia ajudar a pessoa que o prejudicou somente por ele ser o seu irmão. — E Philipe sempre viveu com seu próprio dinheiro. Provavelmente Augusto esteja morando com Philipe.

-Realmente não pretende ajudar Augusto?

- Não. - Negou-se a ajudar a pessoa que fez Susana se aproximar dele. Demorou um pouco, mas Michael descobriu que Susana tinha se

le a pedido

de Auguste oximado dele a

quando estavam namorando e mesmo assim

continuou com ela, acreditando que ela o amava. Acreditando

cegamente que ela tinha o escolhido pelo menos até descobrir que Susana ainda se encontrava com

Augusto. Somente vou me

preocupar com uma pessoa a partir

de agora, e é Lis. Conteúdo

atualizado primeiro

Você gosta deste site? Faça uma doação aqui:
Seu apoio nos ajuda a criar capítulos rápidos e de qualidade!
Dica: Você pode usar as teclas de seta para esquerda e direita do teclado para navegar entre os capítulos.Toque no meio da tela para revelar as Opções de Leitura.

Se encontrar algum erro (conteúdo não padrão, redirecionamento de anúncios, links quebrados, etc..), por favor, avise-nos para que possamos corrigi-lo o mais rápido possível.

Relatório