Através de montanhas e mares para a abraçar
Capítulo 32

Lorena era patética?

Ela só havia desfrutado de poucos anos de glória e riqueza. Poderia continuar usufruindo na segunda metade de sua vida?

Ela deveria aceitar ser despojada de sua posição? Deveria sofrer em lugar dela?

Ela só havia claramente retomado o que lhe pertencia. Mas era como se ela o tivesse roubado na boca deles.

Era um absurdo.

Elas lamentavam por Lorena ter perdido o título de filha biológica da Família Barreto, mas nunca consideraram o que realmente ela havia perdido.

Ao longo dos anos, o que ela perdeu não foi apenas o afeto familiar, mas também perdeu uma educação

de qualidade, boas maneiras, entre outros, que são coisas que o dinheiro não pode medir.

O que Lorena perdeu foi apenas o título de filha biológica da Família Barreto, não tendo sofrido outras perdas.

Ridícula é sua cegueira seletiva.

Em comparação com Lorena, quem seria o verdadeiro vencedor?

Observando as feições e discursos dessas pessoas, Otilia Salazar achava tanto ridículo quanto patético. Ridículo era a seletividade de sua cegueira.

Patético era ela quem tentava agradar aos pais em sua vida passada, seguindo os pedidos de Rosalina, evitando conflitos com pessoas na escola, mantendo sua raiva reprimida. Isso permitiu que as pessoas se aproveitassem dela ainda mais.

Nesta vida, ela não iria mais tolerar.

Otilia Salazar olhou para a multidão agitada à distância. Observava Dorival, quem foi cercado por pessoas como um príncipe de um conto de fadas. Depois, viu para os homens e mulheres ao seu redor gritando e excitados. Os seus olhos frios ficavam mais gelados.

Na vida passada, aqueles que a maltrataram e insultaram, ela buscaria justiça contra todos nesta vida. Ninguém escaparia.

Otilia Salazar desviou o olhar e se afastou do local agitado.

Virando numa alameda sombreada, quando ficou no meio do caminho, uma garota vestindo uma camiseta branca e jeans bloqueou seu caminho. O rosto simples dela estava cheio de ansiedade.

"Com licença, colega. Por favor, espere um momento." Vilma Freitas chamou a bela e elegante garota à frente com nervosismo, temendo sua reação.

Ela ouvira que os estudantes da Escola Internacional Sidley eram rebeldes e difíceis de lidar.

Ela não queria incomodar, mas o tempo estava se esgotando. Se perdesse o período de inscrição, a escola poderia cancelar o seu direito de admissão.

Os seus pais certamente a matariam.

Ao ouvir a voz familiar atrás dela, Otilia Salazar parou e lentamente se virou. Com um sorriso irônico, ela olhou para a jovem ansiosa à sua frente.

A surpresa realmente estava em todos os lugares. Inesperadamente, a primeira pessoa que encontrou aqui era a sua melhor amiga de infância, Vilma.

Aquela melhor amiga que comia suas comidas, usava suas coisas, e sempre se escondia sob suas asas. A sua "melhor amiga".

Ela nunca esqueceria a última vez que a viu.

Na vida passada, quando soube que a Família Barreto a entregaria a um velho pervertido famoso em Cidade H, ela fez de tudo para escapar.

Sem ter para onde ir, ela procurou Vilma, e tentou convencê-la a lhe dar algum dinheiro para deixar Cidade H.

No entanto, essa mulher prometeu ajudar. Mas logo em seguida, revelou a sua localização para a Família Barreto.

Quando os emissários da Família Barreto a levaram, ela estava derramando lágrimas ao lado, e falou com uma voz cheia de injustiça: "Otilia, Tio Barreto e Tia Barreto são seus pais. Eles não vão te machucar. Olha, mesmo com sua beleza arruinada, eles ainda te encontraram um homem rico. Isso mostra o quanto eles ainda cuidam de você. Você está cega pelo ciúme e não vê a bondade deles. Como filha, como você pode culpar seus pais? Você é minha amiga, e eu não quero ver você seguindo o caminho errado."

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