Kalil se esforçou muito, procurando por horas a fio, até o meio-dia, mas ainda não havia encontrado nenhum sinal de Ole.

Rubens esperava ansiosamente por notícias, emanando uma aura de desânimo, com uma expressão assustadoramente sombria.

A Família Damásio estava toda em alerta, temerosa de fazer qualquer barulho.

O mordomo, então, estava em lágrimas, coberto de culpa: "A culpa é minha, foi minha negligência com o jovem senhor, ele... desapareceu por tanto tempo, o jovem não deve ter sofrido um acidente, certo?" Rubens apertou os lábios, começando a se preocupar...

Nas vezes anteriores em que o garoto havia fugido de casa, sempre havia pistas a serem seguidas.

A única vez que ele desapareceu sem deixar rastros foi no início do ano, quando sua mãe o pressionou a se casar com Glauca.

Pensando que era sério, ele, frustrado, se escondeu no porão da casa de campo por um dia e uma noite.

Quando o encontraram, ele estava com febre, e aquela foi uma situação quase trágica.

Desta vez, novamente, não havia sinal algum...

O coração de Rubens estava apreensivo, e suas emoções foram afetadas, sua visão escureceu novamente, mergulhando em escuridão. Rubens franziu a testa e sua expressão ficou ainda mais sombria.

Kalil percebeu e perguntou com preocupação: "Senhor, o que aconteceu? Será que são os olhos de novo?".

"Não se preocupe com isso".

Rubens, tentando controlar seu temperamento, disse: "Encontrar o Ole é o que importa agora! Isso deve melhorar logo!"

Sua voz era inconfundível.

Kalil, conhecendo seu temperamento, não ousou dizer mais nada, apenas ordenou que continuassem a busca.

No entanto, a cegueira desta vez durou mais do que Rubens esperava.

Antes, era apenas ocasional e recuperava-se rapidamente.

Mas, dessa vez, uma hora se passou e tudo ainda estava escuro...

Nenhum sinal de melhora...

Kalil também percebeu que algo estava errado e disse preocupado: "Senhor, talvez o senhor deva ir ao hospital agora? Deve ter sido o uso excessivo dos olhos que causou isso!"

A família Damásio, grande em nome e riqueza, estava sempre cercada de desafios, mesmo com as habilidades excepcionais de Rubens, que intimidavam a muitos, ainda havia aqueles que o cercavam como lobos.

O grupo Damásio sempre tinha seus pequenos esquemas, com Rubens lidando com inúmeros assuntos todos os dias, sem um momento de descanso.

Era uma situação preocupante...

Rubens, no entanto, permaneceu calmo e disse: "Não se preocupe, esta tarde temos uma consulta com o doutor milagroso que Dr. Silva recomendou. Ligue para ele e veja se pode vir mais cedo! Encontrar Ole é nossa prioridade! Não me faça repetir!"

Kalil havia se esquecido disso e respondeu imediatamente: "Eles já estão procurando por ele, vou ligar para o médico milagreiro agora mesmo!!!"

Kalil rapidamente fez a ligação...

Nesse meio tempo, Lorena e Ole já estavam almoçando.

Ole estava encantado com a culinária de sua linda tia: "Tia, você é incrível! Sua culinária é muito parecida com a do nosso chef!"

Ele adorava sopas, e a sopa que sua tia fazia tinha o mesmo sabor das feitas pelos chefs!

"Cof, cof..."

Lorena estava tomando sopa e, ao ouvir isso, engasgou-se, tossindo sem parar.

Ela pensou consigo mesma, como não seria parecido?

Nos anos de casamento, ela aprendeu a cozinhar com o chef da Família Damásio, só para Rubens poder comer uma refeição quente. Infelizmente, o homem raramente comia.

E quando comia, pensava que era o chef quem havia preparado.

Agora ela estava sendo elogiada pelo filho!

"A senhora está bem, tia?"

Ole se assustou e se aproximou dela rapidamente, dando tapinhas preocupados em suas costas: "Você está melhor? Está se sentindo mal?"

Lorena pegou um lenço, limpou o canto da boca e balançou a cabeça: "Estou bem, não se preocupe..."

Ela se recuperou por um momento, depois serviu mais comida ao menino, dizendo: "Que bom que você gostou, coma mais um pouco."

Assim que terminou de falar, o celular na mesa tocou.

Lorena viu que era um número desconhecido, de Cidade Azul...

Ela atendeu com curiosidade, perguntando: "Alô, quem fala?"

Do outro lado da linha, uma voz jovem de homem soou: "Com licença, é a Dra. Lorena?"

Lorena tinha acabado de tossir e sua voz estava um pouco rouca quando respondeu: "Sou eu, quem fala?"

Kalil falou com uma urgência na voz: "Que bom, Dra. Lorena, fomos indicados pelo Dr. Silva para uma consulta. Ouvimos dizer que você estaria disposto a aceitar nosso caso para tratamento. Gostaria de saber se há alguma possibilidade de antecipar a data do tratamento?

É que meu Senhor teve uma piora repentina de sua condição crônica, e estamos muito preocupados que ele não consiga esperar até a data marcada. Por isso, viemos perguntar, se não seria um incômodo..."

Lorena não se importou, afinal, não tinha outros compromissos no dia.

Além disso, como a abordagem deles foi tão educada e respeitosa, ela até concordou prontamente: "Podemos, sim. No entanto, ainda não estou por dentro dos detalhes da condição do paciente, então precisarei dos registros médicos anteriores e de exames atuais.

Além disso, precisamos de um local adequado para o tratamento, com as condições médicas necessárias. O que você acha, vamos para um hospital ou...?"

Antes que Lorena pudesse terminar, Kalil respondeu rapidamente: "Não, não para um hospital. Vamos levá-lo para nosso próprio instituto de pesquisa médica. Vou lhe enviar o endereço".

A situação de Rubens era delicada, e eles sempre mantiveram a condição de seu olho em segredo e não podiam permitir que se tornasse pública.

Portanto, já haviam preparado tudo com antecedência...

Lorena, ao ouvir isso, arqueou as sobrancelhas, mas não parecia surpresa.

Afinal, para alguém disposto a pagar um bilhão pelo tratamento e que possui seu próprio instituto de pesquisa, isso era de se esperar.

Ela então disse: "Certo, vejo você em uma hora...".

Depois de acertar os detalhes, elas desligaram o telefone.

Lorena olhou para Ole e disse: "Sinto muito, pequeno, a tia tem que sair agora, então preciso de alguém para levá-lo de volta mais cedo".

Ao ouvir isso, a comida na boca de Ole de repente perdeu o gosto.

A tristeza tomou conta dele e seus olhos se encheram de lágrimas.

Lorena não esperava que suas palavras o afetassem tanto, e perguntou apressadamente: "O que foi? Por que está querendo chorar?"

Ole balançou a cabeça, com a voz carregada de tristeza: "Quando você for embora, nunca mais verei a tia bonita..."

Assim que ele terminou de falar, as lágrimas começaram a cair 'ploc'.

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